FERNANDO LUIZ DA CÂMARA CASCUDO, CADEIRA Nº 131, DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRAFICO DORIO GRANDE DO NORTE
Fernando
Cascudo (1931-2013) era viúvo e deixa o filho único Eduardo Luiz da Câmara
Cascudo, 50, casado com Elisa, e seu neto Luisinho. “Estive com ele este fim de
semana, eu e a família mais próxima aqui de Natal, parece que estava só
esperando nossa visita”, disse a irmã Anna Maria Cascudo. “É um sentimento
muito grande de perda para a família, era padrinho das minhas duas filhas.
Apesar de se sentir muito mais pernambucano, mantinha suas ligações com Natal”.
Bacharel em Direito, profissão que nunca exerceu
de fato, Fernando Cascudo dedicou 57 anos de sua vida ao jornalismo e em Natal
montou a primeira agência de publicidade – a Vesper Propaganda – ainda na
década de 1960. Afastado da rotina das redações há pouco mais de três anos,
quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), o potiguar saiu muito novo
do RN para trabalhar no Rio de Janeiro, onde começou sua carreira na Bloch
Editores. Radicado no Recife desde os anos setenta, foi o primeiro diretor da
sucursal da revista Manchete para o Norte e Nordeste.
“Fernando foi um dos fundadores da Sociedade
Artístico Estudantil (SAE) aqui em Natal, e mantinha um programa na Rádio
Educadora de Natal (depois Rádio Poty) que recebia cantores e grupos em início
de carreira. Isso nos anos 1950. O Trio Irakitan e o cantor e compositor Chico
Elion foram dois dos nomes que surgiram no programa”, recorda o jornalista
Woden Madruga, que recebeu a informação da morte do falecimento através da
reportagem do VIVER. “Teve muitos serviços prestados ao RN quanto a divulgação
artística naquela época”, disse Woden, para quem Fernando deixou o recado de um
abraço.
Ticiano Duarte, jornalista, advogado, escritor e
membro da Academia Norte-riograndense de Letras, que foi colega de banco
escolar no Colégio Marista, lembra do amigo com carinho: “Era desportista,
excelente compositor e começou cedo no jornalismo. Atuou com destaque na
imprensa nacional como repórter. Gostei muito de conviver com ele, sempre fui
um bom amigo, apesar de um pouco distante da terra natal, amava seu povo sua
gente. Guardo dele as melhores lembranças e amizade”.
Duarte contou que Fernando Cascudo teve
composições gravadas pelo Trio Irakitan e alguns cantores pernambucanos – foi
letrista de “Prece ao vento”, gravada na década de 1950 por Dorival Caymmi.
“Uma notícia muito triste saber de seu falecimento”.
No campo da literatura publicou o livro “Angola
- Guerra dos traídos”, em 1979, título inspirado na época em que morou na
África, onde passou “muito tempo”, segundo a irmã Anna Maria Cascudo,
trabalhando como publicitário em Moçambique.
FALECEU EM RECIVE EM 20 DE
SETEMBRO DE 2013
FONTE – TRIBUNA DO NORTE